quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Chamem-me Ismael




O doodle do Google de hoje diz que Moby Dick faz hoje 161 anos. Suponho que se refere à publicação do romance. E porque é uma obra inspiradíssima pela Bíblia e pela tradição cristã, assinalo aqui a referência.

Ismael, o protagonista, é calvinista, “um bom cristão, nascido e criado no seio da infalível Igreja Presbiteriana”. Antes de embarcar ouve um sermão numa capela que é, ela própria, uma imagem do navio (e a barca é símbolo da Igreja). E pensa:
A sua parte central [do templo] assemelha-se às amuradas de um navio e a Santa Bíblia repousava num beiral em forma de figura de proa.
O que poderia com mais significado que isto? O púlpito é de facto a parte mais avançada da terra, tudo o resto vem depois, enquanto o púlpito precede o mundo. É no púlpito que surge a ira de Deus, é também na proa que se deve enfrentar os primeiros assaltos. É dele que, na esperança de monções favoráveis, se invoca o senhor dos ventos. Sim, o mundo é um navio numa viagem efémera e não completa. O púlpito é a proa desse navio.
O púlpito é a proa do navio guiado pela Palavra em busca do leviatã.

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