segunda-feira, 2 de abril de 2012

Afinal, Fidel Castro não está excomungado

Bento XVI e Fidel Castro


João XXIII não excomungou Fidel Castro no dia 3 de janeiro de 1962. Primeiro, porque essa palavra não fazia parte do vocabulário de João XXIII, conforme o comentário do bispo Loris Capovilla, que foi durante 10 anos secretário do Papa Roncalli. Depois, porque não havia motivo algum, já que a excomunhão só tem sentido para quem está na Igreja e, nessa altura, havia a “excomunhão dos comunistas”, de Pio XII, isto é, o decreto do Santo Ofício de 1 de julho de 1949. O decreto foi anulado com o Código de Direito Canónico de 1983. Portanto, ainda que  estivesse automaticamente excomungado por ter aderido ao comunismo, Fidel deixaria de estar em 1983.

Como nasceu, então, a lenda da excomunhão de Castro, repetida até à exaustão agora que Bento XVI foi a Cuba?
"Quem falou aos jornais sobre excomunhão de Castro, referindo-se ao decreto de 1949, foi, no início de 1962, o arcebispo Dino Staffa, que mais tarde foi criado cardeal por Paulo VI", explica o teólogo Gianni Gennari, o "Rosso Malpelo" que no “Avvenire” assina a coluna “Lupus in pagina”: "Buscava-se usar a questão para fins internos. Na Itália, estava em vista o primeiro período de centro-esquerda. Para isso servia o boato da excomunhão de Castro. E o papa ficou muito desgostoso com isso".
Li aqui.

E pelo mesmo texto fiquei a saber que a Santa Sé nunca toma a iniciativa de cortar relações diplomáticas. Não percebi na notícia quem diz o seguinte, mas penso que é o mesmo D. Capovilla que afirma:
"Mesmo quando mataram Allende, no Chile, todos os países retiraram os embaixadores e só restou o núncio vaticano. É sempre importante manter o núncio, se ficarmos ali podemos agir, senão não se pode fazer nada".
Nota: Assinalei aqui a excomunhão de Fidel Castro. Pelo visto, está errado.

5 comentários:

David A. Conceição disse...

Vocês progressistas são uma piada. João XXIII excomungou SIM esse maldito como também foi firme na defesa da doutrina e disciplina tradicional.

Lógico, vocês que odeiam a Tradição e a Missa que santificou a Igreja por mais de mil anos não gostam do latim e até tremem com a idéia da Reforma da Reforma que deixará a Missa Nova obrigatóriamente em latim no Ofertório e no Cânon Romano.

João XXIII diz: "Ninguém por afã de novidade escreva contra o uso do latim nos sagrados ritos da Liturgia" (Veterum Sapientia)

Mas como todo modernista, se apóia no que não dito e feito para justificar suas heresias.

Tempos que em breve serão passado. Pois a juventude ratzingeriana, com seus leigos, seminaristas e padres novos, que cresce violentamente ao redor do mundo, ama a ortodoxia e vai colocar a Igreja nos trilhos quando tomarmos posse do lugar que um dia os modernistas usurparam em 1970.

Enquanto vocês, envelhecem e morrem sem ter ninguém para dar continuidade na obra de destruição da fé católica movido pelo "Espírito do Concílio".

O mais engraçado, é que vocês mesmo reconhecem isso.

Anónimo disse...

Tão novinho e tão reaccionário, David!

Jorge Pires Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jorge Pires Ferreira disse...

Ó David, cá por estes lados, já se treme de medo com a "juventude ratzingeriana". Não estou a brincar. A associação do nome "juventude" a algo que termina em "eriana" deve arrepiar qualquer um. Mas adiante.

Consigo aprendo que há uma heresia que consiste em não querer o latim. Já agora, você fala latim com o seu pai e mãe? Reza a Deus em latim? Se sim, força. Bom proveito.

Eu gosto de me fazer entender e de entender os outros. E gosto de pensar que falo a mesma língua que Jesus e que não foi nem é, obviamente, o latim. Foi e é a língua que a nossa mãe nos ensina. A língua materna.

É isso que defendo. Que a missa deve ser em língua materna. A língua que a nossa mãe nos ensina. E que a mãe de Jesus ensinou a Jesus.

Anónimo disse...

Uma fé tão intolerante, não penso ser muito saudável, parece-me coisa de gente mal resolvida, inclusive na imagem que tem de Deus e Jesus, e que obviamente quer incutir na cabeça de todos esta mesma ideia, e quem não concordar seja anátema... tempos sombrios rondam a Igreja do Cristo pobre, manso e humilde... que rosto desfigurado parece-me que manifestamos ao mundo com toda essa nostalgia, retorno ao passado, absolutismo hierárquico e dogmático, talvez para buscar uma falsa segurança diante de um mundo em rápidas transformações. Não creio ser essa a resposta mais eficiente para os tempos atuais.

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