domingo, 25 de dezembro de 2011

50 anos da convocação do Vaticano II



Faz hoje 50 anos que João XXIII convocou o II Concílio do Vaticano.
Diante deste duplo espectáculo: um mundo que revela um grave estado de indigência espiritual e a Igreja de Cristo, tão vibrante de vitalidade, nós, desde quando subimos ao supremo pontificado, não obstante nossa indignidade e por um desígnio da Providência, sentimos logo o urgente dever de conclamar os nossos filhos para dar à Igreja a possibilidade de contribuir mais eficazmente na solução dos problemas da idade moderna. Por este motivo, acolhendo como vinda do alto uma voz íntima de nosso espírito, julgamos estar maduro o tempo para oferecermos à Igreja católica e ao mundo o dom de um novo concílio ecuménico, em acréscimo e continuação à série dos vinte grandes concílios, realizados ao longo dos séculos, como uma verdadeira providência celestial para incremento da graça na alma dos fiéis e para o progresso cristão.
Ler aqui. 


Nos dias que correm, de claro regresso a práticas tridentinas, absurdas, é quase subversivo falar de Vaticano II. Precisamos de ir além do Vaticano II, mas se ao menos lêssemos, ouvíssemos e praticássemos o Vaticano II...

9 comentários:

David A. Conceição disse...

"Nos dias que correm, de claro regresso a práticas tridentinas, absurdas, é quase subversivo falar de Vaticano II. Precisamos de ir além do Vaticano II, mas se ao menos lêssemos, ouvíssemos e praticássemos o Vaticano II..."

Que comentário mais infeliz. Então o trabalho de restauração do Pontificado de Bento XVI para reeguer 50 anos de destruição da Igreja pelos progressistas em nome da falsa interpretação do VII é o quê para o autor do comentário? 50 anos de liturgias sacrílegas em nome de uma criatividade que não tem respaldo nenhum no documento conciliar SACROSSANCTUM CONCILIUM que MANDA que o latim seja mantido na Missa e que o canto gregoriano é a música POR EXCELÊNCIA da Liturgia. Graças a Deus esses maus tempos estão findando com a morte de bispos modernistas e com a nomeação de bispos tradicionais que enfim farão o que verdadeiramente pede a LETRA do Concílio, não o "Espírito" como já condenado por Bento XVI.

Não há uma Igreja antes e outra depois do Concílio Vaticano II. HERMENÊUTICA DA CONTINUIDADE.

Anónimo disse...

David, como é que um rapaz novo pode ser tão "velho" ?

Jorge Pires Ferreira disse...

David, se existe um trabalho de restauração em Bento XVI, depende do que se entende por restauração. Se for regressar ao passado pelo passado, é péssimo. Se for regressar ao passado para descobrir o que tem valor em todas as épocas, é óptimo. Não creio que mantos de dez metros, luvas brancas, arminhos e companhia, latim pelo latim, vénias e rendas, batinas a torto e direito, excelências reverendíssimas e afins, possessões diabólicas pro dá cá aquela palha... sejam bons sinais. O latim pelo latim é um ídolo. O maior exemplo é sempre Jesus, que neste caso pode ser citado, porque falava a linguagem das pessoas, aramaico, e não o que não pudessem entender.

Claro que hoje, com Bento XVI, fala-se de "hemenêutica da continuidade". Quanto a mim, é apagar o concílio. Não se faz um concílio para continuar o que existe. Faz-se um concílio para cortar com o que do passado já não serve.

É com uma hermenêutica da ruptura que devemos olhar para o V II, na lógica da João XXIII, aggiornamento, vento fresco, sopro do Espírito, e de Paulo VI. Não é ruptura com tudo, mas com algumas coisas. É para isso que os concílios servem.

Obrigado pelo comentário, David. Reflecte o pensar de muitos e está em crescendo na nossa Igreja. Quanto a mim, é pena - para a Igreja e para as pessoas.

Anónimo disse...

Estamos ainda a viver o Natal e a imaginar um Rei que quis nascer numa manjedoura aquecido pelo calor das criaturas. Um Rei cujo Reino era o do Amor e da Paz não das mordomias, títulos, beija-mãos, vénias, pompas,... As grandes lições da vida tenho-as recebido dos mais pequenos da sociedade ou daqueles que por opção se querem tornar pequenos. E são tantas e tantos. Curvo-me perante eles. Tento aprender as lições que me dão embora muitas vezes o comodismo me vença e, lamentavelmente, seja mais um desses fariseus...

Anónimo disse...

Jorge, agradeço a sua pertinente resposta ao David.
David, que pena...
Vale pela imaturidade, a vida lhe ensinará a serenidade.

Anónimo disse...

Bem faço eu que não vou a Missa, faço as minhas orações de manhã e á noite, agradeço e abençôo as minhas refeições, e sigo trabalhando dia a dia pela paz e harmonia na minha familia e vizinhos. A Igreja é muito complicada, é uma familia disfuncional, sem "rei" nem rumo, e só mesmo lá nos corredores fechados do "Vaticano" em que "eles" caminham, se pode saber a verdade do que se passa na Igreja. A minha verdade está aqui mais perto, perto dos meus braços, encarnada em pessoas que me amam e aturam, a mesa comum, a porta aberta aos vizinhos, os muitos amigos que ficam por aqui e por ali. Igreja domiciliar, reenfocar nas familias e nas vocações a ser familia, a descoberta de novos carismas... O Concilio Vaticano II só depende de nós para continuar a crescer e marcar a diferença entre o que será uma Igreja renovada e uma Igreja ultrapassada, pelos frutos se verá de que lado está a razão.thoters

Anónimo disse...

Cada um enxerga aquilo que os próprios olhos podem captar.

Anónimo disse...

Caríssimos,
Que raio de discussão. Parece um debate político. Muitos viram o CVII como isso, mas foi mais que isso. Ir para além do Concílio é ir para além destas discussões vazias e estruturalistas.
Em que é que o CVII veio criar ruptura? E com o que é que se manteve a continuidade?
O David fala da Sacrosactum Concilium, mas, por acaso, já a leu com atenção?
Restauração é um discurso de quem não compreende o que é que aconteceu... E ruptura, significa não compreender que não pode haver ruptura se há uma teologia com anos de maturação.
O que siginifica isto que Ratzinger escreveu?
«O Cardeal [Josef Frings] começou a enviar-me [os schemas] com frequência para obter as minhas críticas e sugestões, no intuito de os melhorar. Naturalmente, tomei nota de vários aspectos, mas não encontrei fundamentos para uma rejeição radical daquilo que era proposto. É verdade que os documentos tinham fracos vestígios dos renovamentos bíblicos e patrísticos das últimas décadas, por isso, davam a impressão de conter uma certa rigidez e inflexibilidade, por causa da sua dependência na teologia escolástica. Por outras palavras, reflectiam mais um pensamento de académicos do que um pensamento de pastores. Mas devo dizer que eles tinham uma fundamentação sólida e via-se que tinham sido cuidadosamente elaborados.»
Concluindo, por mais que se deseje, nunca se irá voltar ao passado. Seja o passado pré-conciliar, seja o passado conciliar ou pós-conciliar, seja até o passado apostólico. Temos pena.
Olhemos com responsabilidade para o presente, o passado e o futuro, e vivamos com oração, estudo e caridade.

Saudações,
Paulo Campos

João Silveira disse...

O David não é velho, velha é a ideia que a Igreja começou com o Vaticano II, mas não começou...já tem dois mil anos! A nova geração, como o David, reconhece isso e apoia a reforma da reforma que está a ser feita pelo Papa Bento.

Os desiludidos do concílio, que dizem o que o concílio não diz, esses vão morrendo aos poucos.

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...