quinta-feira, 31 de março de 2011

Como a Inquisição promoveu a falta de higiene

É recorrente nos escritos da Inquisição (nem tudo era negativo; jornalista alemão apontou-lhe aspectos positivos, aqui) que “o acusado era conhecido por tomar banho”. Isto era uma suspeita grave de judaísmo. 

Seguindo à letra os preceitos de purificação do Antigo Testamento, os judeus lavavam-se mais do que os outros portugueses. Mas os delactores pensavam que o banho era por outro motivo: se eles se lavam muito é porque estão sujos da culpa de terem condenado Cristo. Os limpos não precisam de se lavar.

Tomar banho podia ser, de facto, um sinal de judaísmo, mas não pelas razões que os acusadores geralmente concebiam. Neste contexto, é natural que, para se não levantar desconfianças, os banhos fossem raros, mesmo entre os não judeus. A Inquisição era pouco amiga da higiene.

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