terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A riqueza da teologia católica e a ainda maior riqueza da teologia portuguesa

Manuel Fraijó, teólogo e filósofo espanhol que foi aluno de Hans Kung e Joseph Ratzinger, diz que “não há grandes projectos teológicos. Há quarenta anos que não se move nada na teologia”. Li aqui.

Noutro ponto diz que depois de Paulo VI, teologicamente… nada.

Mesmo nos círculos mais próximos, entre os teólogos portugueses, ou melhor, os professores de teologia portugueses, se diz que a teologia só ressurgirá depois do actual pontificado. Actualmente está convertida em serva do magistério. Isto diz-se, porque não há cá nenhum teólogo, ou melhor, professor de teologia português, a escrever sobre o assunto.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro,
Mais um tema que não posso passar sem me intrometer e comentar.
Creio que, primeiro, há uma grande falta de interesse (e desconhecimento) da teologia, por parte da população (católica, não católica, crente, não crente, etc), o que gera, também, não só um grande desconhecimento dos vários trabalhos monográficos teológicos que se realizam em Portugal (e mesmo entre faculdades), assim como não há grandes incentivos à continuação da pesquisa e investigação teológica.
Mas dizer que a nível mundial, "não muda nada desde à 40 anos"!? creio ser uma afirmação redutora.
Antes de mais, a doutrina não anda a par e passo do desenvolvimento teológico por razões claras. Por outro lado, por exemplos, os desenvolvimentos da exegese bíblica estão a dar cada vez mais passos de desenvolvimento - e a área bíblica sabemos como é fundamental para a teologia. Depois, os trabalhos interdisciplinares com as outras áreas do saber aumentam de dia para dia.
E para concluir, na teologia, os desenvolvimentos atingidos à "40" anos, proporcionaram mudanças de paradigma que não há ainda grandes argumentos para voltarem a mudar... Quando acontece algo como um Vat. II, nota-se uma grande alteração em todas as áreas teológicas, como se verificou. Isto resulta nalguma estagnação natural nas grandes afirmações. Quase como a Teoria do Big Bang que já leva alguns anos de aperfeiçoamento, mas continua a ser a teoria predominante por não se ter descoberto outra que fosse mais completa.
Também na teologia, neste momento, os desenvolvimentos são tão subtis, particulares e especializados, que praticamente não atingem nem as grandes posições teológicas, nem a população em geral.

Não sei se concorda, mas espero ter contribuído, nem que seja para debatermos sobre esta questão.

Abraço,
João Pedro Silva

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