quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Dostoiévski e a síndrome de Stendhal

Pormenor de "Cristo Morto", de Holbein

O quadro que Míchkin descreveu em “O Idiota”, obra publicada em 1869, foi visto por Dostoiévski em 1867, na Suíça, onde ainda se encontra a pintura (no Offentliche Kunstsammlung Kunstmuseum, Basileia). Mede 30,5 por 200 cm. Têmpera envernizada sobre madeira de tília.

Que Dostoiévski viu de facto a obra conta-o Anna Grigoriévna Sniktina, segunda mulher de Dostoiévski, que o acompanhou na viagem:

"A visão do rosto inchado de Cristo após o seu martírio desumano era terrível. (...) Fiodor permaneceu em pé diante do quadro com uma expressão oprimida. Olhá-lo fazia-me mal, fui então para outra sala. Voltei 20 minutos depois e ele ainda estava lá, na mesma posição diante do quadro. O seu olhar exprimia medo. Levei-o para outra sala, acalmou-se lentamente, mas insistiu ainda em tornar a ver o quadro que tanto o perturbara".

Esta perturbação diante de uma obra de arte chama-se “síndrome de Stendhal”, por designação da psiquiatra italiana Graziella Magherini. Sobre esta Síndrome e a descrição de Stendhal ao chegar a Florença, em 1817, ler aqui.

Para uma explicação mais científica da síndrome de Stendhal em Dostoiévski, ler aqui.

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