terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O jesuíta que elogiava Marx

Jean-Yves Calvez, 1927-2010

Era um dos maiores especialistas em marxismo, sendo padre. Foi redactor de importantes documentos sociais católicos, mesmo criticando as falhas da Igreja nesta área. Por António Marujo, no Público de hoje.

Um dos livros deste padre, sobre o marxismo, era recomendado pelo antigo Partido Comunista da União Soviética. Por causa do seu conhecimento sobre o tema, era considerado de esquerda por muitos católicos - mas foi ele um dos principais redactores de importantes documentos de doutrina social católica. Filósofo, teólogo, especialista em marxismo, poliglota, o jesuíta Jean-Yves Calvez morreu segunda-feira, dia 11, em Paris, na sequência de um edema pulmonar, agravado por complicações cardíacas. Tinha quase 83 anos.

Com menos de 30 anos, em 1956, um dos seus primeiros livros - O Pensamento de Karl Marx, que continua a ser reeditado e é já um clássico - revelou-se um sucesso. Nessa altura, Calvez já era jesuíta (entrara aos 16 anos), mas ainda não era padre - seria ordenado a 31 de Julho de 1957.

De tal modo o livro foi bem acolhido que, conta Claire Lesegretain no La Croix, era recomendado nas células do Partido Comunista Francês. Também o PC da União Soviética sugeria a sua leitura. O que lhe trouxe desconfianças, mesmo no interior da Igreja Católica: "O padre Calvez era um homem de consensos, acima de tudo", diz dele o colega jesuíta Georges de Charrin, citado pelo mesmo jornal.

Ler tudo aqui.

E ler mais aqui (António Marujo entrevista o teólogo).

E em francês no La Croix.

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