quinta-feira, 13 de agosto de 2009

As doenças de Jesus

Lendo o espantoso “A Obsessão do Fogo", de Umberto Eco e Jean-Claude Carrière (para quem gosta de uma conversa estimulante sobre história, literatura, livros, cinema, cultura, tecnologia e ideias), da Difel, dou com dois capítulos sobre idiotia (“Nada impedirá a vaidade” e “Elogio da Idiotia”).

Jean-Claude Carrière recorda-se de uma obra extraordinária em três tomos, “La Folie de Jésus” (“A Loucura de Jesus”), de Binet-Sanglé, “um professor de medicina reputado”, que publicou o seu estudo em 1908. Binet-Sanglé afirma que Jesus foi na realidade “um degenerado físico e mental”.

Jean-Claude Carrière cita o professor francês (pág. 179-180): “Apresentando uma anorexia de longa data e uma crise de hematidrose, morto prematuramente na cruz de uma síncope de deglutição facilitada pela existência de um derrame pleurítico, provavelmente de natureza tuberculosa e localizado do lado esquerdo…” E diz que Binet-Sanglé considera que a humanidade está enganada, pois vive há mil e novecentos anos num “erro de diagnóstico”. Jesus era de pequena estatura e de fraco peso, era originário de uma família de vinhateiros…

Remata Carièrre (que noutros pontos se afirma agnóstico): “É um livro de um alucinado, mas composto com tal seriedade que obriga ao respeito”.

Há muito que não ouvia falar deste Binet-Sanglé. Aliás, é a segunda vez que leio algo sobre ele. A primeira foi nas “Hipóteses sobre Jesus”, de Vittorio Messori (Salesianas). E cito (pág. 127-128): “(…) Binet-Sanglé, professor de psicologia na Sorbonne, (…) escreveu quatro volumes com mais de duas mil páginas «para classificar cientificamente o carácter de Jesus». Jesus que, para o professor francês, foi teómano (maníaco religioso, pela degeneração do afecto pelos pais), sitófobo (detestava alimento, como é testemunhado pelo jejum de 40 dias), dromómano (não podia estar parado, como se vê nas contínuas deslocações), impotente (pelas exortações ao celibato), homossexual (pela predilecção por João), insone (pelas noites de oração)…”

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