sábado, 20 de junho de 2009

Um outro fervor

“Todos os locais da cidade estão cheios destas conversas, as ruas, as encruzilhadas, as praças, as avenidas. Falam os vendedores de tecidos, os cambistas, os merceeiros. Se perguntas ao cambista o câmbio de uma moeda, ele responde-te com uma dissertação dobre o gerado e o não-gerado. Se queres saber da qualidade e do preço do pão, o padeiro responde-te: “O Pai é o maior, e o Filho está-lhe sujeito”. Quando perguntas nas termas se o banho está pronto, o gerente declara que o Filho proveio do nada. Não sei que nome hei-de dar a esta doença; exaltação, raiva…”

Gregório de Nissa (330-395), neste texto retirado de “Sobre a divindade do Filho e do Espírito Santo”, fala do fervor teológico, ou pelo menos cristológico, do ambiente em que viveu. As frases que cita são de adeptos do arianismo, uma heresia que submetia Jesus a Deus-Pai. Para o arianismo (do padre Ario, que viveu de de 256 a 336, em Alexandria), o Filho era uma criação do Pai e não eram da mesma substância. Contra o arianismo, o Concílio de Niceia proclamou que o Filho “é gerado, não criado, consubstancial ao Pai”.

Porquê o texto de Gregório de Nissa? É uma mera invocação de um clássico motivada pelo fervor missionário coreano.

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...